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Peixe de 10 anos passa por cirurgia para remover tumor celebral
Edição do Fantástico (Rede Globo) do dia 1/2/2015
Darlan estuda medicina veterinária na Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Nos laboratórios da faculdade, ele convive com várias espécies de animais, mas foi um peixe que fisgou seu coração.
“Ele nasceu aqui, por volta de oito anos atrás, e permaneceu. Se tornou um mascote, um amigo do laboratório”, conta o estudante Darlan Gusso.
E foi o olhar cuidadoso do Darlan que salvou a vida do bichinho. “Ele perdeu um pouco de peso, estava com dificuldade para nadar, então a gente resolveu fazer esse procedimento”, relembra Darlan.
O problema era um tumor. O procedimento, uma cirurgia no peixinho dourado. A montagem do bloco cirúrgico começou três dias antes. Entre médicos e auxiliares, a equipe mobilizada é de nove pessoas. Uma escola de veterinária não poderia ignorar um caso desses.
Peixes não têm voz, o que não quer dizer que não tenham motivos para protestar. “Assim como um cão sente dor, e a gente sente dor, um peixe também vai sentir”, afirma a médica veterinária Michelli Ataíde.
A anestesia é usada na água do tanque. Não é preciso muito para um paciente de 120 gramas. Logo o peixe para de nadar. Está na hora de tirá-lo da água. Para manter a pele úmida, ele será operado em cima de esponjas molhadas. O oxigênio chega pela água, através de uma mangueira fininha, na boca do peixe. Começa a retirada do tumor.
Um único equipamento mostra os sinais vitais do paciente neste momento que é o barulho do coração.
Fantástico: Está tudo bem com ele?
Michelli Ataíde: Sim, está tudo normal agora.
A cirurgia dura 15 minutos. O tumor vai para o laboratório para ser estudado. Ainda sob efeito da anestesia, o peixe mascote da universidade volta para o aquário.
Um peixinho desses pode viver até vinte anos. “A gente tem que ter esse cuidado com esses animais também, porque eles fazem parte, como qualquer outro, dos seres vivos”, afirma médica veterinária Michele Fagundes.
“O peixe te traz tranquilidade. Ficar olhando para eles parece que você fica aliviado”, diz Darlan.
Vanessa Daraya, de INFO Online (Exame Info) 16/9/2014
Quem tem um aquário em casa imagina que peixes não costumam viver mais do que um ou dois anos. Mas o peixinho dourado George já tem mais de 10 anos. Seus donos, um casal de australianos, têm feito de tudo para que ele possa viver ainda mais, o que inclui uma cirurgia para retirar um grande tumor cerebral.
George não comia ou nadava quando o proprietário chegou ao hospital em busca de ajuda. Em vez de sacrificar o animal ao descobrir a doença, o casal preferiu fazer uma cirurgia em George. O procedimento foi feito no Lort Smith Animal Hospital, em Melbourne.
Por ser um procedimento raro, o hospital publicou uma explicação sobre como a cirurgia de George aconteceu. Foram usados três baldes na cirurgia: um com uma dose de anestésico pré-operatório, outro para manter o peixe anestesiado durante a operação, e o último com água limpa para a recuperação do peixe.
Primeiro George precisou nadar no balde com o anestésico. Quando o peixe adormeceu, Dr Tristan colocou um tubo na boca de George para que o oxigênio e a água com a dose de manutenção de anestésico do segundo balde tomasse conta de suas brânquias.
O procedimento durou cerca de 45 minutos. Depois, George foi colocado na unidade de recuperação. Ele recebeu injeções para aliviar a dor e antibióticos. O peixe começou a respirar por conta própria e começou a nadar quando os efeitos da anestesia acabaram.
Segundo o Mashable, George já voltou para casa com seus donos. Dr. Tristan Rich, o veterinário responsável, fez apenas 10 cirurgias em peixes durante sua carreira. Mas ele acredita que George pode ter ganhado uma sobrevida de mais 20 anos.
Reportagem: Celso Calheiros (Oeco.org.br) - 29/12/11
Entre os peixinhos exuberantes que vivem nos recifes, o peixe-leão vermelho (Pterois volitans) é um destaque com suas nadadeiras laterais e dorsais, listradas e coloridas. Nos anos 90 era uma atração, quase um troféu, entre aquaristas ocidentais. Grandes aquários abertos ao público exibiam esse personagem marinho deslumbrante.
Depois de um acidente, o lionfish (como também é conhecido) ganhou águas norte-americana. Deixou de ser uma beleza controlada para se tornar uma ameaça declarada. Foi logo classificado como espécie invasora, inimiga do equilíbrio ecológico pelo apetite voraz e por não ter predadores naturais.
A espécie invadiu o litoral leste dos Estados Unidos, desceu pela América Central, chegou à Amércia do Sul e se aproxima do Brasil. Está na Venezuela e cada vez mais próximo. Em linha reta, 1.500 quilômetros separam a última avistagem de peixe-leão da Foz do Oiapoque, nosso extremo norte.
Professor da University of California Santa Cruz e curador de peixes da California Academy of Sciences em Sao Francisco, o biólogo Luiz Rocha afirma que o peixe-leão é uma espécie invasora particularmente ruim por causa de sua eficiência como predador. “O peixe-leão adota uma estratégia ‘de emboscada’, fica num canto camuflado e quando um peixe pequeno passa perto ele abocanha”.
Em sua área de ocorrência original (no encontro dos oceanos Índico e Pacífico), as presas do peixe-leão conhecem o modelo de ataque e sabem como evitá-lo. “Isso não ocorre no Caribe”, explica Luiz Rocha. A invasão do peixe-leão no Golfo do México e no Caribe teve seus efeitos apontados em estudos recentes, que revelam a diminuição significativa de peixes pequenos, onde o peixe-leão chegou. “Pelas características da espécie, podemos dizer que é inevitável sua chegada ao Brasil, mais cedo ou mais tarde”, supõe o pesquisador.
Apetite contra espécie invasora
Invasoras chegam de navio
As mangueiras marcadas para morrer
Invasão pode ocorrer em uma década
Peixe-leão vermelho é natural dos oceanos Índico e Pacífico, mas agora espalham-se pelo Atlântico ocidental, desde os primeiras avistagens no Golfo do México. Foto: BigisbetterPeixe-leão vermelho é natural dos oceanos Índico e Pacífico, mas agora espalham-se pelo Atlântico ocidental, desde os primeiras avistagens no Golfo do México. Foto: Bigisbetter
Um trabalho coordenado pelos professores Oscar Lasso-Alcalá, da Universidad Central de Venezuela, e Juan Posada, da Universidad Simón Bolívar faz o monitoramento dos registros do peixe-leão no Caribe. De acordo com suas previsões, não demorará muito para esses temerosos invasores chegarem aos nossos recifes de corais. “Se for para estimar um prazo”, arrisca o professor Luiz Rocha, “eu diria que em menos dez anos”.
O professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Jorge Luiz Silva Nunes concorda que a ameaça existe e adverte ela não é a única. “Há inúmeras espécies invasoras que têm merecido atenção, pois não ocorrem apenas danos ecológicos, mas eventos com gastos diretos na economia”, alerta.
Ele cita a introdução do mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei), que bloqueia tubulações de hidrelétricas onerando a produção de energia. “Outros exemplos são pontuais como o coral-sol (Tubastraea spp.) que têm competido por espaço com espécies nativas de corais e o Omobranchus punctatus, encontrado em quase todas as poças de maré de praias urbanas da Ilha do Maranhão”.
A visão otimista de alguns debatedores aponta que a invasão do peixe-leão no litoral nordestino brasileiro poderia ser barrada por um acidente natural de grandes dimensões, a Foz do Amazonas. Essa visão, infelizmente, é minoritária entre pesquisadores. Jorge Luiz Silva Nunes afirma que esses animais podem ultrapassar a foz por baixo da sua influência. “Muitos peixes podem usar o fundo cheio de esponjas e outros organismos bentônicos para servirem de trampolim”, calcula o doutor em oceanografia radicado no Maranhão.
Histórico da invasão
O primeiro registro de um peixe-leão fora de um aquário ocorreu em 1992, em Key Biscayne, Miami. Osmar Júnior acompanha a invasão da espécie como biólogo especializado em vida marinha e como colunista de conservação em revistas de mergulho. Ele conta que em 2002, mais de 30 exemplares de peixe leão foram identificados pelos pesquisadores da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) espalhados pela costa leste dos Estados Unidos (Flórida, Geórgia, Carolina do Norte e até Nova Jersey).
Também dois exemplares foram capturados na Ilha de Bermuda, a mais de mil quilômetros do continente. Atualmente, os peixe-leão são contados a centenas. “Submersíveis e ROVs, inclusive, estão encontrando a espécie em profundidades entre 80 a 100 metros, curiosamente uma faixa jamais registrada em sua localidade natural”, relata Osmar Luiz Júnior. Nos EUA, a quantidade se tornou abundante e chega a competir com badejos e garoupas nativas.
Mapas fazem a cronologia dos primeiros registros do peixe-leão na América do Norte e, depois, na América Central | Clique para ampliarMapas fazem a cronologia dos primeiros registros do peixe-leão na América do Norte e, depois, na América Central | Clique para ampliarPrevisão de que a ocupação do peixe-leão seja irresistível e alcance as águas do Rio Grande do Sul.Previsão de que a ocupação do peixe-leão seja irresistível e alcance as águas do Rio Grande do Sul.
Dados do NOAA registram que invasão começou na Flórida e se dirigiu ao norte, em razão das correntes marítimas. Acredita-se que o clima vai barrar o lionfish, que até então não se adaptou às latitudes mais altas. A preocupação maior aponta para o sul. Em 2005, conta Osmar Luiz, os primeiros peixe-leão foram vistos nas Bahamas. Depois República Dominicana, Jamaica, Cuba, Ilhas Caymam e Belize. “Além da rapidez com que vem se espalhando, outro fato é a grande densidade de indivíduos que estão sendo observados”, aponta Osmar Luiz. Já se estimaram a quantidade absurda de quase 400 exemplares de peixes-leão por hectare, nas Bahamas. “É cerca de cinco vezes a densidade que ele normalmente apresenta nos recifes do Mar Vermelho”, compara o pesquisador com o habitat clássico desse peixe recifal.
Ameaça à economia e à saúde
O peixe-leão gosta de 50 espécies de pequenos peixes e crustáceos, alguns de valor comercial. Ele pode mudar a oferta de lagostas, por exemplo, por competir com os alimentos desses crustáceos. No Caribe, já se registrou redução na população de peixes-papagaio. “Isso preocupa, porque o peixes-papagaio são herbívoros e tem a função de remover algas que competem com os corais por espaço”, aponta Osmar Luiz.
Sem vida recifal, o equilíbrio ecológicos está afetado, alertam os biólogos que estudam a vida marinha e podem detalhar a importância dos recifes de corais na vida no mar. Sem alimentos, populações de lagostas e outras espécies comerciais também podem sofrer as consequências, temem os pescadores (de todos os tamanhos). Isso sem falar nas consequências para o turismo, entre as operadoras de mergulho (os recifes de corais é uma atração clássica, entre os praticantes da atividade).
Uma das reações à invasão, na América Central, foi a liberação da pesca do peixe-leão. O problema é esse peixe exuberante é da família dos Scorpaenidae, a qual pertencem os peixes mais venenosos do mundo. “Como o stonefish do Indo-Pacífico, que causa acidentes letais, e o nosso beatriz ou mangangá”, explica o professor Vidal Haddad Junior, doutor do departamento de Dermatologia e Radioterapia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, em Botucatu, São Paulo e especialista em animais e organismos marinhos peçonhentos.
O veneno do peixe-leão fica nos raios da nadadeira dorsal. Acidentes não são comuns entre as ilhas e continente banhados pelo Mar Vermelho, porque os nativos conhecem muito bem. “No Brasil registrei cinco ou seis acidentes no Instituto Butantan, obviamente em aquaristas”, aponta Vidal Haddad.
O veneno do peixe-leão causa dor intensa, vermelhidão, inchaço e por vezes, bolhas no local onde os raios penetram. “Pode ocorrer mal-estar, mas não mata. O acidente pelo nosso peixe-escorpião (conhecido como beatriz, no Nordeste) é mais grave”, esclarece Haddad. “O único tratamento disponível é mergulhar a mão em água quente, que melhora muito a dor”.
Pequenas Empresas e Grandes Negócios - 27/04/2014
Empresário abriu fábrica com R$5 mil e hoje fatura R$100 mil mensais.
Em box de 16 m², lojista vende 80 aquários e 5 mil peixes por mês.
Em 1997, o empresário Antônio Ferreira juntou as economias que tinha – R$ 5 mil – comprou ferramentas para cortar vidro, matéria-prima e abriu uma fábrica de aquários. Hoje, ele produz dois mil aquários por mês e tem 50 modelos diferentes, em diversos tamanhos, sendo que o menor tem apenas dez centímetros de comprimento, e o maior chega a três metros e capacidade para 1.900 litros de água. No último ano, a empresa cresceu 50%.
Depois de trabalhar numa fábrica de aquários, Antônio enxergou uma oportunidade: fabricar terrários – uma espécie de aquário para répteis. A fábrica cresceu e, atualmente, o empresário tem 12 funcionários e fatura R$ 100 mil por mês.
5 mil peixes por mês
Antônio de Souza tem um box especializado em aquarismo no Mercado da Lapa, na zona oeste de São Paulo, e é cliente da Aquaterrário. O pequeno espaço de 16 metros quadrados vende 80 aquários e 5 mil peixes por mês.
O negócio exige treinamento apurado dos vendedores, já que os clientes querem orientações detalhadas sobre como cuidar dos peixes. E a loja movimenta uma série de produtos agregados. Com técnica de venda e bom conhecimento, é possível aumentar bastante o valor da compra.
A loja fatura R$ 60 mil por mês e cresce, em média, 20% ao ano. Além de hobby e de servir como decoração de ambientes, o aquarismo tem mais um bom motivo para crescer: a verticalizaçao das cidades e a redução dos espaços nos apartamentos.

Aumento da procura por aquários beneficia fabricantes e lojistas
Fonte site: Consciencia.br
Todo ano aproximadamente 20 milhões de peixes ornamentais são exportados pela região de Barcelos, localidade de menos de 20 mil habitantes, na margem direita do Rio Negro, na Amazônia.
A captura e comercialização de peixes para aquários nessa região começou na década de 50, quando Herbert Axelrod descobriu a espécie cardinal. Para sustentar essa atividade, existe desde 1989 o Projeto Piaba, com o objetivo de desvendar os sistemas sócio-culturais e ecológicos capazes de garantir a preservação dos peixes ornamentais.
A riqueza de espécies ornamentais na região deve-se a vários fatores: a dimensão espacial da bacia do Rio Negro, a variedade de condições ecológicas, além da conexão com outras bacias hidrográficas, como a do Orinoco e do Solimões que, ao juntar suas águas com as do Rio Negro, formam o Rio Amazonas. Essas ligações permitiram a proliferação de diferentes espécies em Barcelos.
Uma curiosidade específica da região são as águas escuras do Rio Negro. Os pesquisadores Andréa Waichman e Paulo Petry do Projeto Piaba, explicam que a águas escuras são pobres em nutrientes. O material alóctone (proveniente de outros ambientes), neste caso originário da floresta, é a principal fonte de matéria e energia nestes sistemas. Assim, justificam os pesquisadores, não há a ocorrência de uma grande biomassa, o que propicia a reprodução de peixes de pequeno porte. Eles encantam pelas cores e formas exóticas e por isso mesmo são utilizados para a ornamentação de aquários.
O desenvolvimento dos peixes ornamentais ocorre principalmente nos igapós e igarapés da floresta, áreas total ou parcialmente inundadas. A melhor época para a captura é durante a vazante e seca dos rios. Na época das cheias, eles se dispersam pelos igapós, procurando alimentos e assegurando a reprodução.
Na época das cheias, maio a julho, o Ibama proíbe a pesca e comercialização do cardinal. A preocupação, neste caso, é assegurar a reprodução.
Existem registros de 750 espécies na bacia do Rio Negro, mas somente 100 dessas são exploradas comercialmente, avaliam os pesquisadores. O cardinal tetra é a espécie mais importante e representa 80% do volume comercializado. Além dele, outras espécies exportadas são rodostomus, corydoras, borboleta, otocinclus e o acará disco.
A atividade, em toda a região, resume-se à exploração, na natureza. Para a captura são utilizados instrumentos que não ameaçam essas pequenas criaturas: rapiché, puçá e armadilhas passivas, chamadas cacurí, todas elas de origem indígena.
O pescador de peixes ornamentais, "piabeiro", trabalha de dia ou à noite, dependendo da espécie que procura: "Com um cardume localizado, são pacientemente conduzidos para o rapiché ou puçá, e, retirados para o interior de cestas de palha forradas com saco plástico, com água do igarapé", explica Andréa.
Depois de capturados, os peixes são levados para um acampamento, onde são montados viveiros no próprio rio. Depois disso, são levados para Barcelos e, seguem uma viagem de 30 horas até Manaus.
Nas lojas de exportadores, os peixes são mantidos em instalações de quarentena: "Há um cuidado profilático realizado pelos exportadores para detectar e eliminar doenças ou fungos, diz Carlos Freitas diretor da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade da Amazônia.
Estudos do Projeto Piaba mostram índices de mortalidade baixos. O percentual não passa de 5% , da captura à exportação.
No mercado internacional, os maiores concorrentes do Brasil nessa área são Colômbia, Peru, Venezuela, Malásia e Chile. Mas já existem países no sudeste asiático, além da antiga Checoslováquia que criam as espécies amazônicas em cativeiro.
No Brasil, não há outros centros fornecedores de peixes ornamentais, além de Barcelos. O Pará tem alguma produção, mas em pequena quantidade, segundo os pesquisadores.
O exportador Asher Benzacken avalia que as maiores dificuldades nessa atividade são as elevadas tarifas aéreas e os vôos em número reduzido ligando Manaus a centros de consumo potencial. Isso torna os peixes de Barcelos mais caros que os dos países concorrentes. Benzacken critica ainda a portaria do Ibama que regulamenta esse extrativismo. Argumenta que ela "é antiga, e espécies ornamentais que poderiam ser comercializadas são proibidas por não constarem na lei".
Apesar de toda atividade econômica local estar baseada na exploração de peixes ornamentais ainda não foram detectados impactos ambientais produzidos pela atividade. Não é preciso destruir a floresta para extrair os peixes, o que não acontece em outras atividades exploratórias da Amazônia como o garimpo e a madeira. Segundo Waichman e Petri, os piabeiros sabem que preservando a floresta, também asseguram suas fontes de renda.
Os pesquisadores ressaltam que não serão leis de proteção que tornarão a atividade maior e mais eficaz, mas um plano de ordenamento e manejo sustentável para a atividade. "O plano de manejo sustentável exige o conhecimento da dinâmica do recurso explorado, da sócio-economia deste recurso, e no caso dos peixes ornamentais, do mercado internacional. As pesquisas do Projeto Piaba, estão orientadas para fornecer respostas a essas perguntas", diz a Andréa Waichman. Nas últimas décadas, os níveis de exportação têm se mantido estáveis em aproximadamente 20 milhões de peixes, o que, interpreta a pesquisadora, indica que os estoques suportam este nível de captura.
Para a cidade a atividade é muito importante. Representa 60% da economia do município e estima-se que 80% dos 16 mil habitantes trabalham direta ou indiretamente nessa atividade. Anualmente a mais tradicional festa municipal é a Festa do Peixe Ornamental.
Para promover a conscientização da importância dos peixes ornamentais, o Projeto Piaba tem trabalhado junto a escolas e professores de Barcelos, além de manter aquários públicos.
Atualmente estão sendo desenvolvidas pesquisas na área de estresse produzido durante o transporte, limites de tolerância às condições da viagem, e padrões de qualidade da água para garantir a sobrevivência durante o transporte e nos aquários. "Acreditamos que esta atividade além de ser uma das principais fontes de renda do município, ajudará a conservar a floresta", acreditam os pesquisadores. O lema do projeto que desenvolvem é "Compre um peixe ornamental, salve uma árvore na Amazônia".

Peixes ornamentais garantem a economia de Barcelos - AM
